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Um ano de Encontros

por Maíra Ferreira


Maíra 'a carater' em Blue Monday
Maíra 'a carater' em Blue Monday

Uma Retrospectiva do Ano de 2024

“O ano de 2024 se destacou como um período de grande importância para a música coral em São Paulo, especialmente pelas realizações do Coral Paulistano. Ao refletir sobre as atividades do grupo ao longo do ano, é possível afirmar que 2024 foi um ano de encontros: encontros com grandes compositores, com as tradições do passado, com a rica produção musical de nosso continente e, sobretudo, com o público, que nos acompanhou com entusiasmo, carinho e atenção em cada etapa dessa jornada. 


A programação do Coral Paulistano, corpo artístico do Theatro Municipal de São Paulo que celebrou 88 anos de história em 2024, reflete o compromisso do grupo com a diversidade e o constante desafio artístico. A exploração das distintas sonoridades da música vocal foi mais uma vez afirmada neste ano, com a execução de repertórios que transitaram por diferentes períodos e estilos. 


Entre os marcos de 2024, destaca-se o concerto que uniu as obras de Igor Stravinsky e Jocy de Oliveira. Este projeto desafiou não apenas a complexidade da instrumentação, mas também envolveu de forma comovente os coralistas, compositora, solistas e a Orquestra Sinfônica Municipal. Trabalhar com Jocy, uma das maiores personalidades da música contemporânea, foi uma experiência transformadora, ampliando nossos horizontes criativos e nos convidando a repensar nossa forma de fazer música. 


O Coral Paulistano também se dedicou a explorar repertórios latino-americanos, com um foco especial em compositoras cujas obras ainda são pouco executadas no cenário coral. Por meio de um trabalho de pesquisa cuidadoso, o grupo trouxe à tona peças que celebram temas de nossa terra, revelando a riqueza cultural e emocional de nossa música. A Renascença italiana, um encontro com o passado, também teve seu espaço na programação, proporcionando uma oportunidade única de imersão em um período essencial para a história da música coral. 


Poesias e sonoridades brasileiras, comoventes e profundamente enraizadas, ressoaram no público, refletindo um reencontro com nossa essência, nosso passado e presente, e nossa principal vocação: o ‘cantar brasileiro’

A música popular brasileira, outra forte identidade do grupo, foi celebrada com destaque em Cantador, interpretando ‘a vida, a morte e a dor’. Poesias e sonoridades brasileiras, comoventes e profundamente enraizadas, ressoaram no público, refletindo um reencontro com nossa essência, nosso passado e presente, e nossa principal vocação: o ‘cantar brasileiro’. No mesmo espírito de encontro, o Coral revisitou Blue Monday e Afluentes, atendendo ao apelo do público por uma experiência mais imersiva. A resposta calorosa a essas apresentações demonstrou claramente o desejo do público por performances que proporcionam a proximidade real com quem nos assiste. 


Por fim, um dos maiores destaques do ano foi, sem dúvida, o encontro com a grandiosa Sinfonia nº 2 de Gustav Mahler. Apresentada em duas ocasiões memoráveis, no Theatro Municipal reunindo o Coral Paulistano, o Coro Lírico e a Orquestra Sinfônica Municipal, e na Sala São Paulo, com Coral Paulistano, os Coros da Osesp e a Osesp. Essas apresentações captaram com sensibilidade a força da obra de Mahler, destacando a importância das vozes para dar vida à vastidão emocional sinfonia, resultando em uma sonoridade única, profunda, comovente e brasileira.”

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